sábado, 28 de maio de 2011

A democracia digital

As possibilidades de expansão do exercício da cidadania talvez nunca tenham sido tão amplas quanto neste início de século, em virtude das inovações tecnológicas surgidas nas ultimas décadas. Por outro lado, a crescente perda de legitimidade das instituições e da política nos convoca a enfrentar decididamente o desafio que nos é colocado pela crise da representação, que perturba os regimes democráticos em todo o mundo. O alheamento, em especial dos jovens, à política, aos partidos e, portanto, à própria democracia não será superado sem uma verdadeira reinvenção da mesma.Com base nessa compreensão, o Governo do Estado pretende instituir um novo sistema de participação popular e cidadã, capaz de tornar-se um exemplo da busca por um novo paradigma em termos de governança democrática no Brasil. Tal como se sucedeu com a experiência do Orçamento Participativo em Porto Alegre, tornado referência internacional nos anos 90, acreditamos ser possível mobilizar toda a cultura de participação cívica no Rio Grande do Sul e, dessa forma, contribuir com a definição dos novos parâmetros da agenda democrática no século XXI.E, como cremos ser impossível imaginar um sistema de participação hoje que não incorpore ferramentas digitais para estimular a participação e promover o controle público sobre o Estado, lançaremos, no dia 24 de Maio, o Gabinete Digital do Governador Tarso Genro.Através do Gabinete Digital, serão criados mecanismos de diálogo direto do Governador com a sociedade gaúcha. Periodicamente, questões relevantes serão lançadas ao debate público e processadas em um ambiente digital de construção de consensos.Além disso, o Governador responderá, pessoalmente, questões de interesse geral levantadas pelos internautas e recolhidas através de um processo aberto de debate e reflexão coletiva. Até mesmo algumas das agendas do Governador serão construídas através da participação cidadã, mobilizada em torno das redes sociais.Também daremos continuidade à experiência do "Governo Escuta", que são audiências públicas, transmitidas ao vivo, abertas à participação através da web, sempre pautando temas de grande relevância para o estado.Estamos convencidos de que a democracia nas próximas décadas terá, na participação digital e, principalmente, na mobilização em rede, não um "suporte", mas sim um de seus eixos estruturais. Essa compreensão é indispensável a uma agenda republicana hoje, baseada no necessário alargamento da democracia e na expansão das possibilidades do nosso sistema democrático.Podemos estender a participação política, aproximar os jovens e ampliar enormemente a transparência e o controle social sobre o Estado através de medidas simples, tornadas possíveis pela internet e redes sociais.Trata-se de pensar a reinvenção da utopia democrático-republicana e de imaginar uma nova democracia: a democracia do século XXI, que certamente não é a mesma de Atenas, nem tampouco aquela que a maioria de nós teve como referência ao longo do século XX.*Chefe de Gabinete do Governadoracesse o gabinete digitalhttp://www.gabinetedigital.rs.gov.brPor Vinicius Wu*.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Lei Kandir


A Ajuris e o Sindicato da Administração Tributária entendem que, desde a implantação d Lei Kandir (1996), a União deveria ressarcir o Estado sobre os impostos que ele deixa de arrecadar com exportações.
Em 2009, a União repassou ao Estado cerca de R$ 700 milhões como “reforço financeira” pela perda de impostos com exportações. O montante é inferior aos R$ 3,4 bilhões que o Estado receberia.
ESTA MEDIDA PODE ACONTECER?
POR QUE APROVARAM ESTA LEI SE PREJUDICA O ESTADO?
A Lei Kandir, Lei Complementar nº 87/96, isentou do ICMS os produtos e serviços destinados à exportação. Sua criação impactou sobre parcela significativa da base tributável do ICMS, por esse motivo, a versão original da lei criou uma compensação financeira temporária da União para os Estados e Municípios. A ideia original era de que a isenção às exportações fomentaria a economia promovendo uma recuperação da base tributável perdida. Os efeitos não são os mesmos entre todos os Estados, o maior impacto foi sobre os Estados exportadores de produtos primários e semi-elaborados.
A compensação era prevista até o ano de 2002, com possibilidade de extensão até 2006. A fórmula de compensação visava evitar a queda da arrecadação do ICMS, sem indenizar o valor efetivo da isenção concedida. Assim, se o ICMS continuasse a crescer o valor da compensação seria reduzido, uma espécie de “seguro receita”. No prazo previsto para o fim da compensação, em 2006, a União manteve os repasses incluindo o valor total a ser distribuído no Orçamento Geral da União, critério mantido atualmente.

Entenda a emenda 164 do novo código florestal, motivo de divergência...


Item estende aos estados decisão sobre áreas de preservação.
Líder do governo adiantou que Dilma Rousseff deve vetar emenda 164. 




A Câmara dos Deputados aprovou no início da madrugada desta quarta (25), por 273 votos a favor, 182 contra e duas abstenções, a emenda 164 do novo Código Florestal, principal ponto de divergência entre o governo federal e os parlamentares.
Os deputados aprovaram a emenda três horas depois de votar a favor do texto-base do projeto do novo Código Florestal, legislação que estipula regras para a preservação ambiental em propriedades rurais.
A emenda 164, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), estende aos estados o poder de decidir sobre atividades agropecuárias em áreas de preservação permanente (APPs). O governo federal é contra a proposta porque quer exclusividade para definir as atividades permitidas em APPs.
debate foi tenso, com troca de acusações entre oposicionistas e governistas e mesmo entre integrantes da própria base aliada. O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), provocou reações ao afirmar que a aprovação da emenda seria uma "vergonha" para o país.
Tudo o que a Câmara decidiu segue agora para deliberação do Senado. Se os senadores introduzirem modificações, o texto voltará para apreciação da Câmara. Se não houver alterações no Senado, seguirá para sanção da presidente da República.
A emenda 164
Na visão dos governistas, a emenda 164, aprovada pelos deputados, pode abrir uma brecha para que os estados anistiem agricultores que já ocupam áreas de preservação.
Durante toda a discussão da proposta, ministros e o líder do governo afirmaram que apresidente Dilma Rousseff não vai admitir a anistia de desmatadores. Ex-ministros do Meio Ambiente que estiveram com a presidente nesta terça também disseram que ela manifestou a intenção de vetar.
Os defensores da emenda argumentam que, se o governo federal tiver a prerrogativa de definir sobre as áreas de preservação ambiental, pequenos agricultores que já desenvolvem suas atividades em áreas de preservação poderão ser prejudicados.
Andréia Sadi e Robson BoninDo G1, em Brasília

segunda-feira, 23 de maio de 2011

*A batalha do Código Florestal*



*NA SEMANA PASSADA houve uma verdadeira batalha econômica, política e
ideológica, travada entre diferentes interesses das classes sociais
brasileiras, tendo como palco a Câmara dos Deputados. O objetivo: quem pode
se apropriar dos bens da natureza de nosso território.*
*Qual é a situação atual? Há uma legislação em vigor, o Código Florestal
brasileiro, que determina a manutenção de áreas de reservas (intocadas) de
80% de cada estabelecimento na Amazônia, e 35% no bioma do cerrado. E há as
condicionantes de que nas beiras dos rios, riachos e no topo dos morros e
montanhas é preciso preservar e recuperar, como forma de proteger nossa água
potável.*
*Os capitalistas sempre agrediram a natureza, burlando a lei para buscar o
lucro máximo, retirando a madeira, fazendo carvão, e colocando seus bois e a
soja.*
*Muitos deles foram apanhados pelo Ibama em seus crimes ambientais e as
multas somam mais de R$ 8 bilhões. Só 1% foi pago.*
*E claro, há muitos pequenos agricultores nas regiões Sudeste e Sul, que por
falta de consciência, desconhecimento ou oportunismo, também desmataram até
a beira dos rios e no topo das montanhas nos últimos 100 anos. Mas não são
muitos; segundo levantamento governamental apenas 8% dos pequenos
agricultores.*
*Com o avanço dos interesses do capital financeiro e das grandes empresas
transnacionais do agronegócio sobre nossa agricultura, o Código Florestal
representa uma barreira para expansão de sua sanha lucrativa. Por isso
precisam derrubar os limites do código, para colocar o cerrado e amazônia à
mercê da soja, do boi etc.*
*Por outro lado, os fazendeiros inadimplentes com as multas, entre eles 27
deputados federais da direita, entrarão no Serasa a partir de 11 de junho e
não poderão acessar mais recursos públicos ou de crédito.*
*Ascendeu a luz amarela. Gastaram milhões para eleger sua bancada ruralista.
Fizeram acordos posteriores e ofereceram seus votos para eleger o presidente
da Câmara. Apostaram no apoio da Rede Globo e outros grandes jornais. Todo o
circo montado para que o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que
atendia seus interesses, tivesse votação célere, e a sociedade não se
atentasse aos interesses que estão em jogo. *
*O governo encomendou uma pesquisa e percebeu que 95% da população
brasileira é contra qualquer mudança que implique em desmatamento de nossa
natureza. E a partir daí, começou a mexer-se.*
*Apresentou uma emenda alternativa ao relatório de Aldo Rebelo, e mesmo
assim, dois deputados falsificaram a proposta ao levá-la ao plenário.*
*Tudo isso gerou indignação, e a maior parte da bancada do PT, PSOL e PV
mobilizou-se para impedir a votação. Assim, ficamos livres, por enquanto, da
votação das mudanças propostas pelo relatório de Aldo Rebelo. Os
parlamentares direitistas querem votar logo porque sabem que têm a maioria
da Câmara amarrada e não querem que a sociedade brasileira se mobilize. Por
isso, o tempo funciona contra seus interesses.*
*Na semana passada houve também uma reunião em São Paulo com mais de 50
entidades nacionais, desde a CNBB, Greenpeace, setores da Contag, CUT,
movimentos sociais do campo, da Via Campesina, e entidades ambientalistas,
movimentos feministas. Todos contra o relatório de Aldo Rebelo. Lançaram um
manifesto nacional e prometem aumentar a mobilização em suas bases.*
*O que está em jogo é se os bens da natureza que temos no nosso território
devem ser usados em benefício de toda a sociedade ou liberados apenas para
que a sanha do lucro fácil seja apropriado por fazendeiros, empresas
estrangeiras e seus prepostos no Congresso Nacional.*
*A emenda do governo é mais sensata e pelo menos se contrapõe às mudanças
mais espoliativas do relatório de Rebelo, embora não seja o ideal. Por isso,
esperamos todos que haja um debate com toda a sociedade sobre as propostas
em disputa. E quando for a votação na Câmara, que os interesses do povo
brasileiro se sobreponham aos interesses da banca ruralista, financiada pelo
poder econômico, pagos com mais de R$ 800 milhões na campanha eleitoral,
como a imprensa divulgou na ocasião.*
*E depois, quando for ao Senado, esperamos que os senadores tenham mais
juízo ainda. Afinal, lá há apenas 13 senadores ruralistas de um total de 81.
E por fi m, quando for à sanção presidencial, que a presidenta Dilma tenha
mais juízo ainda e coragem em vetar tudo o que afete os interesses do povo.*
*E se o povo for derrotado em todas essas instâncias, cabem ainda ações de
inconstitucionalidade, como promete fazer o Ministério Publico Federal. E
aos movimentos sociais cabe lutar com suas bases por um plebiscito nacional
que de fato discuta com todo povo, e ele decida sobre como quer usar os bens
da natureza no Brasil.*
*Portanto, teremos ainda uma longa luta para que os bens da natureza tenham
uma função social para todos os seres vivos desse território, e não apenas
lucro para meia dúzia de oportunistas.*
(*Editorial do jornal brasil de fato – edição 429 - de 19 a 25 de maio de
2011)*

domingo, 22 de maio de 2011

Perdido neste mundo
Pior é a nossa existência
Que em sua transição
Passou despercebida

Insignificante e incompreendida
Enigmática é a vinda do ser
Teria ele um ensinamento ou só aprender?
Conflitante na existência ainda insiste em viver

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Inspiração dos Poetas e as Minhas...

Para recordar o que há de bom
Preciso cheirar a flor
Procurarei nos tantos jardins
Pela emoção da paz da alegria ou do amor

No entanto sejam breves os prazeres
Para que eu possa retornar
Para onde minh'alma vagou
Sem nem sequer me avisar

Que os sonhos reflitam o desejo
Da realidade virtual
Que se pintam em nossos anseios
Causando um êxtase imoral

Quando choro sem razão
Nos olhos ficam resíduos
Reflexos dos meus sentidos
Das dores do coração

Vou procurar em teu sorriso
A verdadeira expressão
Se é sincera esta leveza
Ou atitude sem intenção








quinta-feira, 19 de maio de 2011

QUINTA-FEIRA, 19 DE MAIO DE 2011

Fórum Porto-alegrense da Reforma Política recebe movimentos de mulheres, negros e GLBT


   A terceira audição pública do Fórum Porto-alegrense da Reforma Política - Redemocratizar a Democracia acontece nesta sexta-feira (16). A partir das 18h30, na sala 301 da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, integrantes dos partidos organizadores do fórum (PPS, DEM, PPL, PP, PTB, PSB, PR, PDT, PT, PMDB, PSOL, PSDB e PcdoB) receberão representantes dos movimentos de mulheres, negros e GLBT para ouvir propostas que podem ser incluidas na reforma política do Brasil.
   Até agosto, representantes da sociedade civil serão convidados para debater temas como financiamento público de campanha, coligações partidárias e cláusula de barreira em eleições. O andamento do trabalho pode ser acompanhado através do blog http://forumporto-alegrensedareformapolitica.blogspot.com/. Após os encontros, o grupo vai elaborar um documento expondo os anseios da sociedade para o tema, que será apresentado em uma conferência final.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Meio Ambiente: Novas tecnologias para reduzir emissão de gases


MINISTRA DO MEIO AMBIENTE IZABELLA TEIXEIRA



As ações do governo federal para o meio ambiente foram debatidas pela bancada petista nesta quinta-feira (13) no Congresso Nacional. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, se reuniu com senadores petistas para expor temas ligados a preservação ambiental, o clima e incentivos às ações inovadoras no setor.
De acordo com a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), um dos principais focos da visita foi a atuação dos parlamentares em relação à Conferência Rio +20, evento mundial que será realizado no ano que vem no Rio de Janeiro para debater a preservação ambiental e o clima. “O mundo está olhando para o Brasil por conta desse evento e é preciso que tenhamos uma coordenação de governo, de legislativo, para que possamos apresentar bom desempenho e propostas para essas áreas. Por isso vamos ter reuniões com os chefes de Estado” explicou a parlamentar.
Outro ponto da reunião foi a respeito da gestão ambiental, no que se refere ao PLC 01, que chegou ao Senado e precisa começar as ser discutido, como defende a petista Gleisi. “O Governo está elaborando os planos setoriais para políticas de clima, ou seja, incentivando tecnologias inovadoras, principalmente para a pecuária com o objetivo de reduzir a emissão de gazes. E é uma matéria que o Congresso vai ter que se posicionar”, afirmou a senadora.
A expectativa é que na terça-feira da semana que vem a bancada do PT no Senado possa elaborar um cronograma de debates sobre o tema. (Janary Damacena – Portal PT)

Emissão De Gases Poluentes


Dezenas de encontros internacionais já se realizaram. O Protocolo de Kyoto (1997) foi firmado objetivando reduzir a emissão de gases poluentes. Propostas e acordos totalmente insuficientes para resolver o desequilíbrio ecológico mundial. Kyoto sequer foi aceito pelos Estados Unidos, nação que consome 25% do petróleo mundial e emite mais de 30% de todo o carbono despejado na atmosfera. O maior encontro de chefes de Estados para debater os problemas ambientais, a Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas, COP-15 (2009), ocorrida na Dinamarca, acabou em fracasso, por que EUA e outros importantes governos se negaram a firmar um acordo internacional substituindo o Protocolo de Kyoto que expirará em 2012. Em comum, havia o discurso sobre a falta de recursos monetários por causa da crise econômica.



Onde podemos encontrar a Mata Atlântica e como preservá-la?

Para falar da Mata Atlântica, primeiro é preciso entender o que ela é. Segundo explica Carolina Mathias, engenheira florestal da Fundação SOS Mata Atlântica, “podemos defini-la como um bioma com vários ecossistemas, que tem desde mangue até floresta tropical”. Ou seja, a Mata Atlântica não é apenas aquela floresta atlântica que se vê perto do litoral, mas um bioma ou uma junção de ecossistemas com características comuns e com processos ecológicos que se interligam. Nesse caso, essas características seriam, além da ocorrência geográfica, a proximidade com o litoral e as formações florestais em um contínuo, que se estende até o serrado, a caatinga ou os campos. “Outro ponto importante é que a Mata Atlântica tem árvores grandes e de dossel contínuo, ou seja, com copas que se tocam”, diz Carolina Mathias. Esse bioma ainda tem mais de 22 mil espécies, quase nove mil delas endêmicas (que só existem nesse bioma), superando a biodiversidade da Amazônia. Infelizmente, 383 desses animais e plantas estão ameaçados de extinção. A extensão territorial da Mata Atlântica também impressiona – vai desde o Rio Grande do Sul até o Piauí, cobrindo 17 estados. Originalmente, ela compunha 15% do território brasileiro, mas hoje só restam 7% desse bioma.

Hoje, a Mata Atlântica ainda pode ser encontrada em quase todo o país (menos no Mato Grosso, Maranhão e Região Norte), mas em pequena quantidade. A maior concentração está no Vale do Ribeira, em São Paulo. Ao todo, existem 860 unidades de conservação da Mata Atlântica no Brasil, que vão de pequenos sítios até parques estaduais. Muitos desses parques são abertos à visitação e podem ser uma boa forma de conscientizar os alunos da importância de preservar o meio-ambiente. Beatriz Siqueira, coordenador do projeto Mata Atlântica vai à Escola da Fundação SOS Mata Atlântica, conta que existem vários projetos em andamento para tentar salvar o que ainda resta do bioma. “O que está sendo feito hoje são ações de restauração e replantio de árvores que compõem a flora original da mata. Também estão sendo criadas muitas áreas de conservação, principalmente em propriedades particulares”, diz. A ecóloga ainda explica que cada um de nós pode ajudar a manter a floresta em pé com ações do dia-a-dia, como economizar água, energia elétrica e diminuir a poluição. “Se cada um de nós gastar menos energia, por exemplo, vamos precisar de menos hidrelétricas, o que ajuda a manter a mata. Pois para construir uma usina é preciso desmatar e inundar uma grande área de floresta”, diz Beatriz. Preservar a Mata Atlântica ainda pode ajudar a diminuir o aquecimento global. Isso porque, além da floresta ser responsável por absorver carbono, é muito comum no Brasil fazer queimadas para transformar a mata em área de agropecuária. E esse tipo de ação é o principal responsável pelas emissões de carbono no nosso país. Por outro lado, o aumento da temperatura da Terra pode afetar a Mata Atlântica, já que muda as características dos ecossistemas. “A maior preocupação é com a fauna. O aquecimento pode matar várias espécies”, alerta Beatriz


Autor: alexothon@ig.com.br
A lenta destruição da
Mata Atlântica

A Mata Atlântica cobria antigamente ume enorme extensão do litoral brasileiro. Agora, está reduzida a manchas, aqui e acolá - tanto no Rio Grande do Sul como nos demais Estados.

Como em todo o território gaúcho, ali a devastação começou no primeiro quartel do século XIX. Os 200 a 300 mil hectares originais de Mata Atlântica foram reduzidos para menos de 70 mil e, mesmo assim, não são mais matas originais. Intocados mesmo só há pequenos núcleos, avaliados em no máximo 7 mil hectares.

A ocupação da área de Mata Atlântica no Rio Grande do Sul começou ainda em 1825, quando foram assentados no interior de Torres os primeiros colonos alemães, trazidos pelo governo imperial. Essa leva inicial, entretanto, terminou por se dispersar: desistiram de lutar contra a mata tropical, e se dirigiram, muitos deles, para as zonas tradicionais de colônias alemãs.

Mas aos poucos foram indo para a região de Mata Atlântica pessoas de todas as origens que, não encontrando terras em outros locais, viam ali uma alternativa de ter seu pedaço de solo. Ao lado dos pequenos proprietários chegavam, também, as madeireiras. E a época de ocupação mais intensa foi, justamente, a do final do período madeireiro, nas décadas de 50 e 60. Depois disso, houve um abandono progressivo da área, ficando apenas aqueles minifundiários que não tinham outra alternativa. Mesmo assim os abusos continuam, diante da incompetência e, muitas vezes, negligência dos órgãos encarregados da fiscalização, tanto estaduais quanto federais. 


segunda-feira, 2 de maio de 2011

1º DE MAIO




 extraído de "O livro dos Abraços":

Chicago está cheia de fábricas. Existem fábricas até no centro da cidade, ao redor de um dos edifícios mais altos do mundo. Chicago está cheia de fábricas, Chicago está cheia de operários.

Ao chegar ao bairro de Heymarket, peço aos meus amigos que me mostrem o lugar onde foram enforcados, em 1886, aqueles operários que o mundo inteiro saúda a cada primeiro de maio. – Deve ser por aqui – me dizem. Mas ninguém sabe. Não foi erguida nenhuma estátua em memória dos mártires de Chicago nem na cidade de Chicago. Nem estátua, nem monolito, nem placa de bronze, nem nada.

O primeiro de maio é o único dia verdadeiramente universal da humanidade inteira, o único dia no qual coincidem todas as histórias e todas as geografias, todas as línguas e as religiões e as culturas do mundo; mas nos Estados Unidos o primeiro de maio é um dia como qualquer outro. Nesse dia, as pessoas trabalham normalmente, e ninguém, ou quase ninguém, recorda que os direitos da classe operária não brotaram do vento, ou da mão de Deus ou do amo.

Após a inútil exploração de Heymarket, meus amigos me levam para conhecer a melhor livraria da cidade. E lá, por pura curiosidade, por pura casualidade, descubro um velho cartaz que está como que esperando por mim, metido entre muitos outros cartazes de música, rock e cinema.

O cartaz reproduz um provérbio da África: Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador.